Um texto legal que encontrei postado no fórum armas de ar (http://www.armasdear.com.br/forum/) e que achei interessante em relação a alguns erros comuns que cometemos inconscientemente. Confiram!
Os Erros no Tiro de Precisão
Por:
D. Fernando Ximénez Sotera Cruz Azul e Medalha de Ouro da UIT, da Confederação
Europeia e da Real Federacion Española de Tiro Olímpico
Os
erros mais frequentes do atirador, sem ser exaustivo e por uma ordem aleatória
são:
1
– Não confundir a postura com a posição. A postura adopta-a o atirador, a mais
cómoda dentro dos estilos conhecidos. Não se deve adoptar uma postura só porque
se leu num livro, o diga um amigo, ou um campeão a use. Dentro do
"usual" deve-se experimentar a que se adapta melhor a cada um e então
mantê-la sem aceitar sentenças imperativas de pedagogos curiosos. Assim, não se
deve esquecer que não se utiliza a mesma postura em todas as disciplinas. Como
se diz, em Pistola Livre "apoiamo-nos sobre os rins" devido às
características da arma, da distância a que se dispara e do tempo que se leva a
efetuar um disparo. Em Pistola de Velocidade "carrega-se com o peso do
corpo" sobre a perna dianteira, mais adequado porque em cada série
disparam-se cinco tiros em posturas diferentes sem possibilidades práticas de
correção entre elas. Adoptada a postura e treinando-a, devemo-nos acostumar à
posição de maneira a que o atirador se coloque no posto de tiro na "sua
postura", levante o braço com só com a ajuda da vista esteja "em
posição" e que sem corrigir com o braço ou com a cabeça, esteja centrado
com o alvo. É habitual um pequeno ajuste de pés.
2
– Má posição da cabeça. Ás vezes produz-se devido a colarinhos apertados, uso
de cachecóis ou gravata. Outra causa é uma defeituosa adaptação dos óculos de tiro,
que nos leva a forças o alvo para dentro do diopter. Deve-se levar o diopter ao
olho não o olho ao diopter.
3
– A posição de pés é fundamental. Sobre tudo se deve fugir de uma antiga teoria
que consiste que uma vez adotada uma posição ao começar a prova, devia
marcar-se com giz no chão a colocação dos pés, para que no caso de se mexer ou
sentar-se para descansar, voltasse a situar-se no mesmo sítio. Esta ideia
publicou-se num folheto há quase 50 anos e que não se leu em nenhum livro
estrangeiro, teve sucesso na Espanha e ainda se veem nas nossas carreiras
alguns desenhos de pés marcados no chão, o que indica que algum treinadorzito
de escasso nível ficou ancorado em quase meio século e continua ensinando o
mesmo. Não se deve esquecer que no processo de disparo não se deve incluir
nenhum elemento de rigidez nem quanto à postura, nem quanto aos movimentos e
essas marcas de pés forçam a situar-se exatamente da mesma maneira durante toda
a prova. E isto não funciona assim.
Quando
se começa uma prova ( ou um treino ), ainda que se tenha feito aquecimento
prévio, o que muitas vezes atiradores de nível médio não fazem, os músculos não
têm o mesmo comportamento após duas horas, por exemplo, em Pistola Livre,
disparando tiro a tiro em tensão. A fadiga natural faz que, sem se aperceber, a
postura mude alguma coisa e o próprio relaxamento colabore com isso, o que
costuma produzir uma maior separação dos pés. A rigidez torna-se incómoda que
reflete-se na qualidade do tiro.
4
– Deve-se prestar especial atenção aos músculos ventrais, porque da sua falta
de controlo produz-se um balancear que é causa de grandes de erros de altura.
Vemos claramente as miras, estamos em boa postura e posição e mantemos o braço
em posição em posição correta, o reflexo condicionado, ou melhor,
semi-condicionado, leva-nos a premir o gatilho precisamente no momento em que
se produz um pequeno vaivém à altura da cintura e o tiro sai por cima da linha
de pontaria prevista. É curioso que quando pensamos que saiu alto, é costume
sair baixo e vice-versa. Isto acontece porque dentro do balancear dá-nos a
impressão deter saído alto, mas na pequena fracção de segundo de apertar o
gatilho, quando ainda não saiu a bala do cano, já está a baixar a pontaria
prevista e vice-versa.
5
– Outro dos fatores está na pressão exercida pela mão no punho antes e durante
o disparo. Se ao principio da competição apertámos a pistola, geralmente com
demasiada força e produz-se crispação ( frequentes maus tiros ao primeiro
quadrante ); durante a competição, se não se descansa, perde-se a concentração
( demasiados tiros seguidos ) e é costume afrouxar a pressão da mão com
resultados catastróficos e por outras vezes, por falta de atenção, sem nos
apercebermos empunhámos de forma correta e no momento do disparo, sem dar-nos
conta, afrouxamos e com isso perdemos a "parada" que tínhamos
conseguida. São esses tiros que prognosticámos como bons que ao espreitar no
óculo, levamos uma desagradável surpresa. Este efeito de afrouxar a mão no momento
do disparo, precisamente nesse momento, produz-se muitas vezes em tiro rápido
de fogo central e na passagem do primeiro para o segundo alvo ou a partir do
quarto em Pistola de Velocidade. Há ditos sobre a pressão da mão. Recordo o
clássico que diz que a pistola se pega como a uma pomba, firmemente para que
não fuja, mas suavemente para não asfixie. E outro atirador com o qual aprendi
muito, que a pistola é como uma namorada, deve pegar com energia, mas com
carinho. Essa é a filosofia.
6
– A maioria dos erros produzem-se, no entanto, pela falta de
"parada". Segurar bem a arma e mantê-la quieta e equilibrada pelo
menos 12/14 segundos ( são necessários menos ) e saber mexer o dedo indicador
deixando quietos os outros quatro, é a chave para o êxito.
É isso ae galera, espero que aproveitem!